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Sustentabilidade.


Meio ambiente e energia: equilíbrio no fio da navalha



Um delicado e difícil equilíbrio. Esta poderia ser a síntese que atualmente define a 
necessidade cada vez mais aguda de conciliar demandas energéticas crescentes com 
exigências ambientais potencializadas por desastres ambientais, gases de efeito estufa 
e o consequente aquecimento global, entre outras sequelas de um modelo energético 
atrelado ao consumo de combustíveis fósseis, como petróleo e carvão mineral, bastante 
poluidores. No Brasil, a situação não é diferente.



Sustentabilidade.

Embora nosso país apareça relativamente bem na foto das fontes energéticas em relação ao
meio ambiente, esse instantâneo não revela os problemas futuros. A matriz energética brasileira
é composta majoritariamente por fonte limpa, de hidrelétricas (85%), seguida por outra fonte
renovável, as térmicas de biomassa (5,4%), térmicas a óleo (2,9%), térmicas a gás (2,6%), usinas
nucleares (2,5%), térmicas a carvão (1,3%) e usinas eólicas (0,2%). A grande dificuldade está em
equacionar um quadro no qual a demanda por energia elétrica é crescente, especialmente se forem
confirmadas as previsões que apontam aumento do PIB em 2010 entre 6% e 9%.
No quadro atual, com crescimento médio do PIB em torno de 4% ao ano, o país precisará adi-
cionar cerca de 5 mil megawatts anuais para atender a demanda. Mesmo se considerarmos que o
Brasil utiliza apenas 26% do seu potencial energético de fontes hídricas, é necessário destacar que
as restrições à exploração desse potencial serão cada vez maiores, em virtude das também cres-
centes – e, em boa parte, justificadas – exigências para aprovação das licenças ambientais, pois a
maior possibilidade de construção de novas usinas está na região Amazônica.
Assim, as dificuldades de conciliar exploração hidrelétrica x exigências ambientais devem se
intensificar, como mostrou a “novela” da aprovação ambiental da usina de Belo Monte, extraída
praticamente a fórceps pelo governo federal, frente aos protestos de técnicos e especialistas no
assunto e de entidades ambientalistas nacionais e estrangeiras e aos riscos ainda de ter que enfren-
tar ações judiciais e outros instrumentos restritivos.
É evidente que, muitas vezes, falta bom senso aos que pregam a “tolerância zero” em relação à
implantação de novas usinas hidrelétricas, mesmo na Amazônia. Não é possível ao país prescin-
dir da energia hidrelétrica se quiser continuar crescendo. Mas também não é mais possível igno-
rar que o custo imposto pelas necessárias mitigações ambi  entais joga esse potencial energético
para o limite do antieconômico, fator que diminuiu muito o interesse dos consórcios privados em
participar do leilão da usina no Rio Xingu.
Essas dificuldades, porém, podem se transformar em oportunidades, se prevalecer – especial-
mente por parte do governo federal – uma visão estratégica dessa questão. O Brasil, ao contrário
da imensa maioria dos países do primeiro mundo, dispõe de fatores climáticos e de regime de
ventos muito favoráveis para implantar duas fontes renováveis de energia, praticamente sem res-
trições ambientais: a solar e a eólica.
Um delicado e difícil equilíbrio. Esta poderia ser a síntese que atualmente define a
necessidade cada vez mais aguda de conciliar demandas energéticas crescentes com
exigências ambientais potencializadas por desastres ambientais, gases de efeito estufa
e o consequente aquecimento global, entre outras sequelas de um modelo energético
atrelado ao consumo de combustíveis fósseis, como petróleo e carvão mineral, bastante
poluidores. No Brasil, a situação não é diferente.
Meio ambiente e energia:
equilíbrio no fio da navalhaO senão a essas duas fontes energéticas  reside, atualmente, na questão econômica: o custo de
implantação de sistemas de energia solar e eólica ainda é bastante elevado. O custo do megawatt/
hora (MW/h) da energia eólica, em média R$ 148 por MW/h, equivale hoje a praticamente o
dobro comparado ao da energia elétrica – R$ 78 por MW/h. Os painéis fotovoltaicos geradores de
energia solar têm custo estimado em R$ 800/MW/h. O fator econômico foi utilizado pelo governo
para defender Belo Monte ante as eólicas, que custariam, de acordo com Maurício Tolmasquim,
presidente da EPE, R$ 32 bilhões para produzir a mesma quantidade de energia.
A questão é que esse quadro é um retrato deste momento. Mas convém adicionar alguns núme-
ros para que se possa pensar, a longo prazo, no interesse da sociedade e do país. Se tomarmos Belo
Monte como parâmetro, cujo custo de construção é previsto pelo governo em R$ 19,8 bilhões, mas
que, em “off”, é estimado pelas grandes construtoras e por estatais de energia, como Furnas e Ele-
trosul, em torno de R$ 28 bilhões, fica evidente que a implantação de sistemas de energia eólica,
especialmente nas regiões costeiras do Nordeste e do Rio Grande do Sul, por exemplo, pode ter
custo equivalente. E as eólicas poderiam ser mais vantajosas na análise custo de geração do MW/h
x benefícios ambientais se levarmos em conta alguns fatores, nem sempre apresentados nesse
balanço. O custo de implantação de sistemas eólicos de energia é elevado atualmente porque boa
parte dos equipamentos tem de ser trazida do exterior.
É evidente que, se houver aumento da escala e forte conteúdo nacional no projeto e produção
desses equipamentos no Brasil, somados aos benefícios que estão sendo concedidos aos consór-
cios energéticos de Belo Monte e do Rio Madeira – financiamento de longo prazo e a juros favorá-
veis pelo BNDES, isenções fiscais, como as do Imposto de Renda por dez anos, entre outros –, a
balança começa a pender para as fontes energéticas “verdes”. Com a vantagem de que, se houver
o necessário estímulo ao desenvolvimento tecnológico e à produção nacional, assegurado por
benefícios tributários/fiscais com rigorosa previsão de término, essa opção pode colocar o Brasil
entre os países de ponta na produção de energia ambientalmente correta, favorecendo o cresci-
mento de setores hoje quase desprezíveis do ponto de vista econômico e que podem, no futuro, até
exportar essas soluções. Basta haver planejamento, projeto e gerenciamento rigoroso, do ponto de
vista técnico e econômico.
Esse pode ser um dos principais caminhos para o futuro energético do País, sem discriminar
qualquer outra fonte energética – apenas equacionando melhor necessidades de energia e preser-
vação ambiental. Não um futuro qualquer, marcado mais pelos interesses na eleição que está che-
gando, mas sim numa visão estratégica de país, que pode crescer a “taxas chinesas” sem necessa-
riamente ter de adotar a poluição ou a destruição do meio ambiente que caracterizam o gigante
oriental. Ou, então, seremos obrigados, nos próximos anos, a assistir à reprise de um filme já
gasto, caso se confirmem as atuais previsões de crescimento: o recurso à construção em regime
de emergência de termelétricas movidas a óleo ou a carvão (caras – R$ 400/MW/h – e, em geral,
poluidoras), sob a alegação de que “não há outra saída”.
Ou seja, mais uma vez, pode ser usado o já esgarçado chavão para justificar a incapacidade de
pensar antes e bem, para realizar o melhor, no tempo e ao custo adequado, em todos os sentidos.
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